domingo, 23 de janeiro de 2011

Crónica: A Evolução do Vestuário… na Pré-história.

Vamos hoje iniciar um conjunto de crónicas (mensais), sobre a evolução do vestuário ao longo dos séculos. Será seu autor, o Dr. Henrique Monteiro, professor e escritor.
Não teremos finalidades didácticas. Mas a certeza de que o saber, embora ocupe lugar, não vai incomodar, nem aborrecer. Acreditem.

Augusta.

O vestuário na Pré-história


A mais bela           
das nossas ancestrais,
qual deusa-mãe,
moldou dentro de si
a natureza.
Amanheceu nos próprios
sonhos
a certeza
de amansar os planaltos.


Mas não consta
que usasse saltos altos.


                Rubens, Adão e Eva 

Diz-se que foi numa noite em que a lua acariciava os sentidos, há cerca de seis milhões de anos.
Uma mulher esvoaçava a própria sombra e todo o sossego embalava o amor de um corpo nu.

Só depois o Sol e a pela do animal suave, cioso do seu calor húmido. Dura no início a pele; maleável depois pela mastigação da mesma – tarefa feminina; curtimento, por fim, com a descoberta de certas árvores amigas. E tangas de folhas de orquídeas e fios de palma. E novamente as peles e cascas de árvores. Nascera o vestuário e os “primeiros rituais da moda”.


A seguir, a beleza fulgurante e árdua buscou novos encantos. Há quarenta mil anos, as primeiras agulhas e, com elas, o rigor das formas dum corpo rente aos olhares de vagos sentimentos.


Depois, os rectângulos de pano tapando os segredos das cinturas ágeis, como um “sarongue”. E outro pedaço de pano enrolado sobre os ombros e atado por finos prendedores. O primeiro vestido da primeira colecção: a estação não interessava.
Finalmente, o tear e o desfile envolvente da lã, do linho e do algodão.
Era o suave poisar da beleza no mais longínquo ramo, como uma pomba.

Henrique Monteiro
Prof./Editor/Escritor

Até Breve… com mais dicas…
Augusta.



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