domingo, 27 de março de 2011

Crónica: A Evolução do Vestuário… na Antiga Grécia.


Dando continuidade à evolução do vestuário ao longo dos séculos, com a terceira crónica. Cujo autor é o Dr. Henrique Monteiro, professor e escritor.
A Grécia…com os seus vestidos tão leves, delicados e fluidos que parecem ter sido feitos para a esta Primavera e não há séculos atrás. E aqueles pormenores tão femininos como o uso de jóias, cabelos elaborados e pasmem-se já faziam a depilação…
Augusta.


O vestuário na Grécia Antiga




Na Grécia não havia mulheres
velhas nem feias,
pois a harmonia da beleza
era um sonho cultivado.





A beleza e o asseio eram para os gregos qualidades humanas essenciais. Assim, o vestuário era simples, mas de acentuado valor estético. 
Compunha-se essencialmente de roupas de linho no Verão e de lã no Inverno, vestindo as mulheres mais abastadas sedas orientais. Estas peças podiam ser compradas na ágora ou confeccionadas artesanalmente pelas mais pobres.
Essencialmente, a cor predominante era o branco, embora algumas fossem tingidas de púrpura e violeta.
A indumentária feminina compunha-se essencialmente do peplo, manto preso por duas fíbulas, feito com dois rectângulos de tecido, usando-se longo até aos pés.
Outra peça indispensável era o quiton, túnica feminina presa com cinco ou oito fíbulas. Era considerada a veste mais importante e era um rectângulo de tecido colocado no corpo, sendo seguro nos ombros e por baixo dos braços com uma das laterais abertas e outra fechada. Nos ombros era seguro com broches ou agulhas e na cintura era amarrado por um cordão ou cinto.
O exômis, manto feito com um rectângulo de tecido atado apenas num ombro, com barras decorativas, era usado essencialmente para segurar os seios, existindo também com esta finalidade uma faixa de tecido, chamada strphion.
Quanto ao calçado andava-se descalço em casa. Quando saíam, os gregos usavam sandálias, as krêpis, simples sola amarrada com correias, que deixava livre a parte superior do pé. As mulheres usavam sandálias de diferentes tipos, essencialmente de couro, ornamentadas com cuidado e elegância e pintadas com atraentes cores.
Jóias, sobretudo de ouro e prata e muito trabalhadas eram atributos das mulheres mais ricas.
Para realçar a sua beleza a mulher grega usava óleos perfumados – olibano, mirra, canela, sândalo, benjoim –, evitando a exposição ao sol, visto a pele bronzeada não ser apreciada.
Os cabelos e os diferentes tipos de penteado, longos e encaracolados, eram muito apreciados pelas gregas, surgindo pela primeira vez na ilha de Creta, em 4000 a.C. o rabo-de-cavalo. Os cosméticos, óleos, pomadas, graxas e loções eram usados para dar brilho, sendo os cabelos loiros raros e admirados pelas mulheres e, naturalmente, pelos homens…
Mas não se esgota aqui o culto do corpo da mulher grega. Surge a maquilhagem, sombreando as mulheres os olhos de negro e azul, sendo os lábios e as unhas pintadas do mesmo tom, como hoje em dia. A cera quente era usada para fazer desaparecer as rugas. O rouge, também usado nos lábios como batom, devido à sua composição nociva podia causar envenenamento e até a morte, quando ingerido.
Também a depilação era usada, com fins estéticos, naturalmente. As mulheres arrancavam os pêlos púbicos com a mão, queimando-os com cinzas quentes. Os restantes pêlos eram retirados com uma pasta à base de vegetais, cinzas e uma argila especial.
Como vimos, o vestuário era parte integrante do ideal de beleza para a mulher grega. Razão tinha a estilista francesa Alix Grés quando afirmou que o vestuário da Grécia antiga foi o que mais influenciou a moda actual.


Henrique Monteiro
Prof./Editor/Escritor

Até breve...
Augusta.

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