No século XX, métodos cada vez mais avançados utilizados na produção industrializada de vestuário levaram a que este fosse produzido em massa. As roupas, estando prontas para serem usadas, tornaram-se mais baratas e acessíveis. Isto permitiu que a moda feminina variasse mais do que nunca.
A Primeira Guerra Mundial (1914- 1918) mudou completamente os estilos de vida e a moda de roupa elegantes, desaparecendo o luxo da moda francesa e inglesa.
As revistas de moda rejeitam o exagero dos estilos pré-1914. O novo estilo devia ser racional, prático, simples, clássico. A guerra acelerou, pois, a adoção das inovações já introduzidas a partir de 1910.
O vestuário feminino deste período está intimamente ligado ao movimento de emancipação das mulheres e ao seu envolvimento na economia de guerra. As perdas humanas estimularam as mulheres a tomar lugares na sociedade antes reservados aos homens. Sendo assim, surge a necessidade de roupas mais práticas, que se adaptem a atividades inteiramente novas.
A exigência de liberdade de movimento, de conforto levou ao fim do uso do espartilho, substituído progressivamente pelo sutiã. As saias tornaram-se mais curtas e flexíveis, de corte reto (tipo tubo) e o seu comprimento sobe até as canelas.
Com a guerra, o tailleur pela sua sobriedade, simplicidade e funcionalidade torna-se o elemento essencial do guarda-roupa feminino. Os casacos usavam-se amarrados na cintura, cobrindo parte das saias, aumentando, assim, os quadris.
Os sapatos e botas meio abotoadas deixavam ver as meias de algodão pretas, castanhas ou cinzas. Os chapéus simplificaram-se. As roupas perdem os tons coloridos, tornando-se cada vez mais sombrios devido ao crescente luto.
Nesta época, Coco Chanel impõe um estilo simples que reflete a sobriedade de guerra em geral. Os seus vestidos em linha direita impõem-se, os tons neutros e o preto substituem os tons coloridos e a moda do jersey, tecido macio, elástico e de malha, torna-se um sucesso.
Os anos que se seguiram à Primeira Guerra Mundial são de otimismo num mundo sem problemas. São “os loucos anos 20”, uma década de prosperidade e liberdade, animada pela convivência em bailes ao ritmo do som do charleston, foxtrot, tango e jazz, pela frequência da ópera, do cinema e do teatro.
A mulher passa a ter uma atividade social mais importante, traduzindo no seu comportamento e modo de vestir o espírito desta época.
Os criadores de moda compreenderam que tinham que a ajustar a um mundo novo, a uma nova clientela – atrizes, atores, escritores, artistas – e às mulheres que agora copiavam as roupas de atrizes e cantoras famosas – Gloria Swanson, Mary Pickford e Josephine Baker. Daí passaram a desenhar modelos com linhas inovadoras que agradassem à clientela.
Funcionalismo, utilitarismo, simplificação marcaram a moda destes anos.
A mulher sensual era aquela sem curvas, seios e quadris pequenos. A silhueta feminina dos anos 20 era tubular, os vestidos e as saias de seda e linho tinham linhas sóbrias e retas, eram mais curtos, acima do joelho, leves e elegantes, e a cintura baixou para a altura dos quadris. As bainhas das saias ficam assimétricas, o decote desce mais um pouco formando ‘‘U’’, os braços e costas são deixados à mostra.
O chapéu, até então acessório obrigatório, ficou restrito ao uso diurno. O modelo mais popular era o "cloche", enterrado até aos olhos, com abas voltadas para baixo muito estreitas.
A moda é marcada pelo uso do “sapato aberto”, que era fechado na frente mas deixava o calcanhar à mostra (adotado por Chanel) e do sapato alto.
As mulheres, também, vestiam cintas de malhas de borracha, que modelavam as ancas, as quais eram presas às meias, muitas vezes de seda, com cores claras. O uso do sutiã progrediu.
A maquilhagem era forte e a tendência era o batom de tom vermelho, os olhos bem marcados com cores fortes e as sobrancelhas arranjadas.
Na década de 20, têm sucesso as criações da estilista Coco Chanel – com seus cortes retos, capas, blazers, tailleurs, colares compridos, boinas e cabelos curtos – e de Jean Patou.
A euforia dos "felizes anos 20" acabou no dia 29 de outubro de 1929, aquando do crach da Bolsa de Valores de Nova York.
Henrique Monteiro
Prof./Editor/Escritor
Até breve...
Augusta.
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