A liberdade das décadas de 60 e 70 abriu um mundo de excessos à juventude que passa a marcar a sua posição e intervenção na moda, possibilitando a criação de um estilo exuberante, cheio de formas e cores.
Nos inícios dos anos 60, a Europa, restabelecida da guerra, altera-se económica, política e socialmente, tendo início uma grande revolução comportamental.
Reagindo contra o moralismo rígido da sociedade dos anos 50, a crescente população mais jovem, numa constante busca de identidade, lança-se na realização de projetos culturais e ideológicos alternativos, proclamando um movimento político e social fundado na paz e no amor.
A música transforma-se num dos principais instrumentos que propaga a ânsia libertadora das mentalidades jovens. Os Beatles impõem-se na Inglaterra e no mundo, seguidos pelos The Rolling Stones, The Who, The Kinks e vários outros.
Surgem o feminismo, a “revolução sexual” ultrapassa a ética conservadora, os movimentos civis em favor dos negros e homossexuais bem como os protestos contra à Guerra Fria e a Guerra do Vietname.
Esta liberdade abriu um mundo de excessos à juventude que passa a marcar a sua posição e intervenção na moda, possibilitando a criação de um estilo exuberante, cheio de formas e cores. A alta costura começa a ceder lugar ao pronto a vestir. Este inclui uma grande variedade de roupas de todas as cores, com inscrições e palavras de protesto. A cintura descai, os vestidos tornam-se estreitos sem marcar a cintura – modelo de “saco” –, pregas triangulares, mínimo de acessórios e diminuição dos comprimentos.
A minissaia, com altura pela coxa, criada por Mary Quant revoluciona por completo a vestimenta feminina. Roupas de couro e de lã entram no quotidiano.
Botas cano alto de verniz branco, sapatilhas de bico quadrado e os saltos baixos combinam com os vestidos curtos e retos.
Apesar do sucesso do pronto a vestir, continua a exigência do requinte e do chique. Estilistas como Balenciaga, Pierre Cardin, Emanuel Ungaro, Emilio Pucci iluminam as passereles.
A crescente popularidade do feminismo implicou uma marcada masculinização das roupas, pela ânsia feminina de comodidade. Nasce, assim, a roupa unisexo – o macacão faz parte do seu guarda-roupa, as calças tornam-se a grande opção da mulher. Nesta época destacam-se as calças boca de sino e as muito justas, realçando as ancas.
As roupas do dia a dia já apresentavam aberturas e fendas que mostravam barriga, ombros e pernas.
Face a estas mudanças, os estilistas procuram salvaguardar a alta costura. Yves Saint Laurent cria a transparência, trabalha a técnica de patchwork, revivescendo os casacos de pele e o salto plataforma.
Pierre Cardin lançou a moda dos casacos longos sobre mini vestidos, macacões e vestidos.
O corpo feminino estava cada vez mais à mostra em vestidos longos, feitos com fendas na frente e nas laterais para mostrar as pernas e os shorts curtos para serem usados com meias grossas.
Henrique Monteiro
Prof./Editor/Escritor
Até breve...Augusta.
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