domingo, 13 de fevereiro de 2011

Crónica: A História do Beijo…

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Pois é, vem aí mais um dia, 14 de Fevereiro, dia de S. Valentim ao qual se convencionou chamar Dia dos Namorados. E, minhas caras, namorar além de outras coisas é também beijar, muito e bem.
Não sei se vai dar um beijo ao (à) seu (sua) namorado (a). Nem sei se tem namorado (a). Porém se tiver, os namorados beijam-se, certamente, todos os dias. É suposto. O beijo do Dia dos Namorados não tem que ser especial. Nem o sentimento. Há dias para (quase) tudo. Que não haja dias marcados para o amor.
Logo, a propósito, aqui fica uma breve crónica das histórias, esta sobre o beijo.
Augusta.


Manuela Alvarez, Beijo, em artgeist.pt

Nenhum historiador pode, com absoluto rigor, contar a história do beijo. Sabemos que a palavra precede do latim – osculum – e que é um toque dos lábios com qualquer coisa, normalmente uma pessoa. Portanto, o beijo é um gesto que pode significar afecto, amor, paixão, despedida, celebração, conforto, luto, respeito.
Os antropólogos acreditam que a origem do beijo pode estar no facto das mães pré-históricas, quais pássaros dóceis, mastigarem o alimento antes de o passarem para a boca do seu bebé sem asas.
Quatro textos em Sânscrito Védico, escritos na Índia por volta de 1500 A.C., parecem descrever pessoas beijando-se.
No Império Romano, por sua vez, existiam três espécies de beijo: o osculum, beijo na face; o basium, beijo nos lábios e o savolium, beijo profundo.

Rodin, O Beijo, 1886

Entre os persas, na Antiguidade, os homens beijavam-se na boca. Mas só as pessoas do mesmo nível hierárquico o faziam. Se um dos homens fosse inferior, o beijo seria na face.
Na Inglaterra medieval, ao chegar-se a casa de alguém, o visitante beijava o anfitrião, a sua esposa, todos os filhos e mesmo o cão e o gato se os tivessem.
Na Escócia antiga, os padres beijavam os lábios da noiva no final da cerimónia do casamento. Deste beijo dependeria toda a futura felicidade conjugal. Depois, na festa, a tímida noiva deveria circular e beijar todos os homens na boca que, em troca, lhe davam dinheiro.

Edvard Munch, O Beijo, 1897

Paralelamente, os religiosos substituíram o beijo na boca pelo beijo nos pés, chegando-se, ao aperto de mão e ao abraço, embora em algumas culturas o beijo entre homens permaneça, como forma da saudação, no presente.
O beijo na boca surgiu em França. Aquele em que as línguas se entrelaçam e cuja expressão – beijo de língua – foi criada por volta de 1920.
Concluindo, o beijo tem relação com a cultura dos povos e o sentimento superará sempre o significado.
Claro que o cinema mediatizou o beijo. Em 1927, o primeiro filme vencedor do Óscar de melhor filme, Wings foi o primeiro a mostrar dois homens, grandes amigos, a beijarem-se na face.

Foto cedida U.S. National Archives and Records Administration
Essa famosa fotografia captura um beijo comemorando
o final da Segunda Guerra Mundial, na Times Square, em Nova Iorque


Posteriormente, o beijo imortalizou o cinema e o cinema acreditou na sensação visual do beijo e na vertigem dos lábios desinibidos. Escolhemos três exemplos: 1942, Casablanca e o inesquecível beijo de Humphrey Bogart e Ingrid Bergman; 1953, From Here to Eternity e o húmido beijo de Burt Lencaster e Deborah Kerr; 2005, Brokeback Mountain e o polémico beijo de Heath Ledger e Jake Gyllenhaal. Este beijo acabou por ganhar um MTV Movie de melhor sequência de beijo.
Além do cinema, todas as manifestações artísticas valorizaram o beijo: pintura, escultura, literatura, desenho, música, fotografia.

nanamada.blogspot.com

Para sempre, o beijo perdurará como algo indescritível, profundo, secreto. Para quem o dá. Para quem o deixa dar. O segredo é deixá-lo (a) beijar.

Henrique Monteiro
Prof./Editor/Escritor

Até breve…
Augusta.

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