domingo, 3 de junho de 2012

A emancipação feminina dos anos 90 aos nossos dias

A mulher que antes só era
mãe, esposa, dona-de-casa,
consegue agora autonomia
face às suas escolhas: o direito
a amar e viver a sua
sexualidade, ser trabalhadora
profissional, autónoma e
independente financeiramente.


O feminismo pós – moderno começa no início de 1990, embora as suas raízes se situem no meio da década de 1980, e estende-se até aos nossos dias. Procura responder ao ativismo dos anos 60 e 70, corrigir pretensas omissões e retaliar iniciativas e movimentos criados pelo feminismo nesses anos. Assim, critica as definições essencialistas da feminilidade apoiadas nas experiências feministas das mulheres brancas oriundas da classe média. Contesta os valores das décadas anteriores sobre o que é considerado bom ou mau para as mulheres.
Inserido no contexto de novas perspetivas das Ciências Humanas, como é o caso da micro-história, que reconhece a importância do movimento de organização das mulheres tratando-o de forma mais detalhada, afirma-se como um período de forte reflexão e consolidação da teoria feminista. O questionamento do padrão branco de classe média-alta das feministas, fez destacar mulheres negras no movimento ao revelarem as diferenças vividas por mulheres com diferentes condições sociais e étnicas.
Embora o movimento feminista deste período esteja também sujeito a debates internos sobre a igualdade de género, protagonizados por Gloria Anzaldua, bell hooks, Chela Sandoval, entre outras, numa abordagem genérica apresenta-se não radical, considerando que as ideias de
separação dos sexos ou superioridade de algum destes devem ser encarados como sexismo e não feminismo, tendo como principais representantes Katha Pollitt e Nadine Strossen.
O olhar crítico das feministas sobre o próprio movimento que integravam permitiu o surgimento de novas ideias e a reformulação de estratégias que apresentaram falhas nos momentos anteriores.
A grande característica deste movimento é a recusa da ideologia que defende a diferenciação de papéis, reivindicando a igualdade em todos os níveis e a reafirmação da mulher na esfera  do lar e fora dele. Enfatiza que o essencial é a sua realização como mulher, pessoa, que não terá forçosamente de ser perfeita em tudo, mas sim lutando pelos ideais que a fazem sentir feliz, como sejam o sucesso profissional e a realização pessoal.
Este movimento é também mais virado para o mundo, identificando-se com outros movimentos como o GLBT (movimento que engloba gays, lésbicas, bissexuais e travestis), desenvolve políticas antiraciais e internacionalistas, defende o livre acesso à educação e a libertação da mulher à escala global.
Nos últimos 150 anos, o movimento feminista tem sido responsável por diversas conquistas na vida da mulher: trabalho fora do lar, voto, pílula anticoncecional, participação no desporto, divórcio, formação de cursos superiores participação em cargos políticos, aproximação dos salários aos dos homens, liberdade e segurança pessoal, participação em conferências femininas internacionais e instituições públicas, ou mesmo o direito de usar calças e biquínis.
A mulher que antes só era mãe, esposa, dona-de-casa, consegue agora autonomia face às suas escolhas: o direito a amar e viver a sua sexualidade, ser trabalhadora profissional, autónoma e independente financeiramente.
No entanto, ainda há espaço para melhores condições e respostas eficazes ao desaparecimento de ainda atuais injustiças e preconceitos.
Henrique Monteiro
Prof./Editor/Escritor
Até breve...
Augusta.

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