domingo, 25 de novembro de 2012

Mundo Mulher (III) - Vieira da Silva

MUNDO MULHER
WORLD WOMAN
MONDO DONNA
MUNDO MUJER
MONDE FEMME
WELT FRAU

Vieira da Silva








Procuro pintar algo dos
espaços, dos ritmos, dos
movimentos das coisas.
                          Vieira da Silva







Maria Helena Vieira da Silva, pintora portuguesa e uma das mais importantes pintoras europeias da segunda metade do século XX, nasceu em Lisboa em 13 de junho de 1908.
Desde muito pequena mostrou grande interesse pela pintura e música. Estudou desenho e pintura com Emília Santos Braga e  Armando Lucena. A motivação pela escultura levou-a a ingressar em 1926 nas aulas de anatomia na faculdade de medicina de Lisboa.

A partir de 1928, passando a residir em Paris, frequentou a Academia La Grand Chaumière e o atelier de Bourdelle, onde frequentou as aulas de escultura. Depois de frequentar as aulas de escultura de Despiau, abandonou esta definitivamente. Começou a estudar pintura com Dufresne, Waroquier e Friez. Conheceu o pintor húngaro Arpad Szenes, com quem viria a casar em 1930, perdendo a nacionalidade portuguesa.
Em 1933 realizou a sua primeira exposição individual, em Paris.
De 1935 a 1936 instalaram-se temporariamente em Lisboa.
Em 1939 regressou a Portugal, devido à guerra, pelo marido ser judeu húngaro. Ficou em Portugal por pouco tempo pois, em 1940, o Estado português não lhe restituiu a cidadania portuguesa. Participou num concurso de montras, realizado no âmbito da Exposição do Mundo Português.

O casal partiu então para o Brasil, onde residiu até 1947. Aí contactou com importantes artistas locais, como Carlos Scliar e Djanira e participou em várias exposições.


Em 1947, a artista regressou a Paris onde passou a residir e a trabalhar, no número 34 da rua de l'Abbé Carton, no XIV bairro da cidade.


A partir de 1948, o Estado Francês começou a adquirir as suas pinturas. As exposições individuais sucedem-se e Vieira da Silva passa a ser reconhecida internacional-mente. Em 1956, o casal obteve a nacionalidade francesa.
Ao mesmo tempo, passa a receber prémios pelas suas obras. O Governo Francês atribui-lhe uma primeira condecoração, em 1960. Recebe o grau de Chevalier de L’Orde des Arts et des Lettres. Em 1961, ganha o Grande Prémio da Bienal de São Paulo. Em 1962, recebe em Paris, a condecoração de Commandeur de l’Ordre des Arts et des Lettres. Em 1966 é a primeira mulher a receber o Grand Prix National des Arts.

Vieira da Silva não fica indiferente aos acontecimentos que ocorrem em Portugal em 1974. Em 1975 realizou dois projetos de cartazes alusivos ao 25 de abril.


Em 1977 é condecorada pelo governo português com a Grã-Cruz da Ordem de Sant’Iago de Espada.


Em 1983 aceitou o convite para realizar a decoração da nova estação do Metro de Lisboa – Cidade Universitária, cuja inauguração ocorreu em 1988.



A morte de Arpard Szenes em 1985 afetou-a profundamente. Mas Vieira da Silva continuou a pintar e a expor.
Em 1990 é operada ao coração. Neste ano é criada em Portugal a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, sediada em Lisboa, para honrar a memória do casal de pintores e que abriu ao público no dia 3 de novembro de 1994.
Morre a 6 de março de 1992, sendo enterrada em Yèvre-le-Châtel, junto à mãe e a Arpad.

A obra de Vieira da Silva, que atravessa aproximadamente cinquenta anos do século XX, permitiu-lhe o contacto com as tendências vanguardistas destes anos.
Apesar de mostrar um grande interesse pelos novos movimentos artísticos não se insere em nenhum. Vieira da Silva via-os como prisões criativas que não queria para si.
As suas composições abstracionistas, com elementos formais e cromáticos introduziram no abstracionismo uma sugestão de pura profundidade. Usou, uma pintura/pintura, objetivo claro dos pintores abstracionistas, interessados pela perspetiva. Assim, valorizou a superfície plana do suporte e jogou com as diversas sugestões da profundidade espacial, ritmo e movimento.
Vieira da Silva não se ficou apenas pela pintura em tela. Fez ilustrações para livros, projetos para tapeçarias, decoração de montras, pintura em cerâmica e azulejos, vitral, cartazes, gravuras e ainda decoração em azulejo.


Henrique Monteiro
Prof./Editor/Escritor
Até breve...
Augusta.

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