domingo, 29 de julho de 2012

Mundo Mulher (I) - Ellen Johnson Sirleaf, Leymah Gbowee, Tawakkol Karman

  MUNDO MULHER
WORLD WOMAN
MONDO DONNA
MUNDO MUJER
MONDE FEMME
WELT FRAU

Iniciamos hoje um novo ciclo de crónicas, intitulado MUNDO MULHER. Nelas, o autor irá escrever, sem preocupação de unidade cronológica, breves biografias sobre mulheres que, na sua escolha pessoal, se celebrizam /celebrizaram em áreas distintas. Da política ao cinema, literatura, música, artes, moda – em toda esta temática a mulher será protagonista. Sim, porque a mulher protagoniza todas as manifestações do mundo em que se envolve.
De acordo?

Augusta.

Ellen Johnson Sirleaf, Leymah Gbowee, Tawakkol Karman 





"Pela sua luta não violenta para a segurança das mulheres e pelos direitos das mulheres à sua plena participação na construção da paz e trabalho"

           Prémio Nobel da Paz – 2011





Iniciamos estas crónicas falando da paz. Para tal, buscamos “gente de paz”. Referimo-nos às três distinguidas com o Prémio Nobel da Paz 2011 – Ellen Johnson Sirleaf, Leymah Gbowee e Tawakkol Karman.
O Prémio Nobel da Paz foi instituído em 1901 e, de acordo com Alfred Nobel, deveria distinguir “a pessoa que tivesse feito a maior ou melhor ação pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz”. Trata-se de um Nobel com características próprias, dado que pode ser atribuído a pessoas ou organizações envolvidas num processo de resolução de problemas, em vez de apenas distinguir aqueles que já concretizaram os seus objetivos em áreas específicas.

Ellen Johnson Sirleaf nasceu na Monróvia em 29 de outubro de 1938 e é, desde 2005, presidente da Libéria. Líder do Partido da Unidade, foi a primeira mulher eleita chefe de estado de um país africano.
Em 1985, criticou publicamente o regime militar, o que lhe valeu uma condenação de dez anos de prisão, embora fosse libertada pouco depois de ser presa. O Prémio Nobel da Paz foi-lhe atribuído graças ao seu esforço em atrair investidores para a renovação do seu país, já que se trata de um país muito pobre, sem infraestruturas, esgotos, canalização, água potável, nada. Tem tentado implantar um regime de igualdade para as mulheres, pugnando pela igualdade de direitos.
Na sua luta tem apelado a todas as mulheres maltratadas para se imporem e às que têm lutado pela liberdade feminina que continuem, acentuando que, se todas fizerem um pouco para atingirem o mesmo objetivo, essa concretização será mais fácil e o mundo será mais fraterno. É vista atualmente como reformista e pacifista.

Leymah Gbowee nasceu na Libéria em 1 de fevereiro de 1972. Liderou o movimento de mulheres de paz que ajudou a pôr fim à Segunda Guerra Civil da Libéria em 2005, criticando a ignorância, arrogância e cultura global das agências das Nações Unidas enviadas para ajudar a desarmar o país.
Conseguiu ainda tornar-se associada de um programa de graduação em Serviço Social em Mother Pater, faculdade de Ciências da Saúde.
Como exemplo solidário para outras feministas de paz, chegou a dormir no chão de um corredor de hospital com um recém-nascido durante uma semana por não ter dinheiro para pagar nem ninguém que a ajudasse.
Liderou o movimento de distribuição regular de panfletos contra a violação das mulheres, a morte das crianças e os atentados à paz.
Em 2002, organizou uma série de protestos que incluíam uma “greve de sexo” de que foi protagonista e que, se teve pouco ou nenhum efeito prático, chamou a atenção dos media para a situação da mulher liberiana.
Em setembro de 2006 foi para Nova Iorque para trabalhar na ONU na proteção das mulheres vítimas de violência sexual. Em 2007 voltou para a Libéria, continuando os seis esforços de paz, numa união a que chama um “poder maior” – Deus.

Tawakkol Karman nasceu em 7 de fevereiro de 1979 em Taiz, Iémen. A mais jovem vencedora do Prémio Nobel da Paz é atualmente apelidada de “Mulher de Ferro” e “Mãe da Revolução”. É graduada em Comércio pela Universidade de Ciências e Tecnologia e pós-graduada em Ciência Política pela Universidade de Saná. É jornalista, política e membro do Al-Islah, partido político e ativista dos direitos humanos.
Cofundou o grupo de direitos humanos das mulheres “Jornalistas Sem Correntes” com outras sete mulheres jornalistas em 2005, a fim de promover os direitos humanos, nomeadamente a liberdade de opinião, imprensa e expressão.
Tem pautado a sua vida, lutando pelas meninas e meninos iemenitas que sofrem de desnutrição, pelo analfabetismo que atinge dois terços das mulheres iemenitas, defendendo as leis que impedem o casamento de mulheres com menos de dezassete anos. Lidera movimentos de protesto contra a corrupção do governo, designadamente a ditadura, pobreza e desemprego.

Henrique Monteiro
Prof./Editor/Escritor
Até breve...
Augusta.

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