domingo, 10 de julho de 2011

Crónica: A Evolução do Vestuário... na Idade Moderna...

A época Moderna trouxe grandes mudanças na vestimenta dos grupos sociais, especialmente devido à influência Renascentista iniciada no século XIV.
Ao longo de três séculos, a moda alterou-se, legando-nos uma variedade de tramas e estilos.
A moda feminina caminha para a exuberância, acentuando o gosto pela excentricidade.
 

Iremos, nesta crónica, falar da evolução do vestuário feminino nos séculos XVI, XVII e XVIII, abrangendo assim o período designado por Idade Moderna, divisão esquemática da História da Europa, que se inicia com a queda do Império Romano do Oriente (1453) e termina no século XVIII (1789, ano em que se inicia a Revolução Francesa).
Nos finais do século XV, as peças de vestuário dos séculos anteriores continuavam a ser usadas, sofrendo apenas ligeiras alterações. Os vestidos das mulheres eram agora firmemente atados ao busto, com caudas compridas e enchumaços postiços nas ancas; surgiram os Mirinaques – vestimenta interior feminina de tecido rijo e almofadado, armado com aros que davam volume à saia.

No século XVI a moda sofre grandes influências da corte espanhola, uma das mais importantes da época.
A saia dos vestidos femininos era constituída por dois ou três saiotes sobrepostos. Os vestidos eram ajustados ao corpo e tinham grandes decotes. Como adornos utilizavam colares, pendentes e medalhas. Os cabelos eram cobertos por pequenas toucas ou barretes.




No século XVII os franceses passaram a dominar a moda na Europa. A corte de Versalhes começou a impor-se perante a Europa com os novos padrões sociais, criando boas maneiras, regras de etiqueta e, principalmente, a moda.
Luís XIV é considerado o inventor do luxo, pois para ele ostentar o luxo era uma forma de poder. Os perfumes, os diamantes, o champagne, a gastronomia, os sapatos de salto-alto, os salões de cabeleireiros, os primeiros criadores da alta-costura, a criação de um dos primeiros jornais de moda, o Mercure Galant, que trazia informações das roupas francesas, a instituição do conceito de rotatividade de colecções por estação são demonstrações do luxo e sofisticação da corte francesa que influenciam e seduzem os outros países. As criações da corte de Versalhes eram desejadas e disseminadas por todas as cortes europeias.
O vestuário feminino era composto basicamente por vestido com corpete em "V" e saia ampla, o manteau e sapatos altos. Os tecidos, veludos, sedas, brocados e rendas, eram luxuosos e caros, predominando cores como o vermelho escarlate, o vermelho-cereja e o azul-escuro; cores mais claras como o rosa, o azul-céu e o amarelo-pálido eram também usadas. A ornamentação era elaborada com a utilização excessiva de laços, fitas, rendas e bordados.
O penteado tradicional da época era o penteado à La Fontange, estilo do cabelo estratificado e levantado, ajustado com um suporte em arame, preso por fitas. Com o tempo passaram a ser incrementados com rendas, toucas e armações.
Na vestimenta feminina passou a usar-se mangas justas nos vestidos, luvas, golas altas e mantos. O calçado era de ponta achatada que depois se estreitava e com salto.


No século XVIII os franceses continuaram a ditar as tendências da moda. A imagem da rainha Maria Antonieta é associada a este período, devido à sua contribuição para mudanças no comportamento e no estilo da época. É com ela que surge a primeira figura de um costureiro ou criador. Rose Bertin era responsável pela criação de seus vestidos e adereços.
A corte de Versalhes continua a impor-se à Europa. A moda passou a ser mais diversificada, mas apenas as pessoas mais ricas podiam seguir as últimas tendências.
As mulheres usavam vestidos amplos com decotes acentuados e mangas largas, corpetes mais folgados, armação das saias, penteados exuberantes e altíssimos, com enchimentos e elementos decorativos, maquilhagem empoada e chapéus enormes adornados com muitas plumas. Os sapatos eram de salto alto e ponta estreita.

Peças do vestuário destes séculos permanecem actuais, sendo fonte de inspiração de vários estilistas consagrados –       Rachel Grandinetti, Casa Alexander McQueen, – são disso virtuoso exemplo.

Henrique Monteiro
Prof./Editor/Escritor

Até breve...
Augusta.


1 comentário: